Foto: Reprodução / Hora do Bico
A Operação Alcateia deflagrada nesta quinta-feira (29) aponta que o tenente-coronel afastado comandava a organização criminosa mesmo não fazendo mais parte do 20° Batalhão da Polícia Militar de Paulo Afonso, na divisa da Bahia com Sergipe. Segundo a sentença, “Cachorrão”, como o próprio tenente-coronel Carlos Humberto se autodenominava, teria também aumentado o próprio patrimônio bem como os dos policiais subordinados no 20° Batalhão.
Conforme investigação, o incremento patrimonial se devia à proteção de traficantes. O truque passava por desvio de policiamento para locais onde não havia “bocas” comandadas por policiais, e apreensões em pequenas quantidades. A maior parte da droga ficava com o traficante. Conforme o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), por mês, o grupo chegava a alcançar de R$ 700 mil a R$ 1 milhão. O MP-BA declarou que há várias outras provas do comando exercido por “Cachorrão”, como diálogos captados em interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.
O grupo é acusado de envolvimento na morte de pelo menos 13 pessoas em Paulo Afonso e região. Uma das últimas vítimas do grupo foi Saulo de Tárcio Medeiros Santos, em homicídio ocorrido no dia 11 de junho passado. O homem era dono de uma pousada e seria extorquido pelo policial Márcio Vaccarezza, preso nesta quinta.
Os outros PMs com prisão temporária decretada são Júlio João Castor Júnior, Sandro José de Oliveira, Pedro Guibson Júnior, José Adelmo da Silva Feitosa e Valmir Dantas Félix, todos do 20° Batalhão de Paulo Afonso. Paulo Henrique de Souza Oliveira, apontado como apoio do grupo e que não era militar, também foi preso. Jeorge da Silva, também não-militar, teve mandado de busca e apreensão cumprido contra ele.