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Descaso escancarado: agente de saúde recorre a jegue para trabalhar em meio a lama e abandono na zona rural de Paripiranga


O município de Paripiranga, no interior da Bahia, volta a ser alvo de críticas e denúncias por conta das péssimas condições das estradas na zona rural. O problema, que há anos penaliza comunidades inteiras, voltou a ganhar repercussão após um episódio que, se não fosse trágico, poderia ser confundido com uma cena de humor. 

Uma agente comunitária de saúde precisou utilizar um jegue como meio de transporte para conseguir atender os moradores da comunidade Baixa do Juá, zona rural do município. A escolha, segundo relatos, não foi por opção, mas por total falta de alternativas. Com as estradas tomadas pela lama, carros não passam, motos deslizam, e até a bota afunda no atoleiro. 

A situação evidencia o completo abandono da zona rural, onde as famílias vivem uma realidade marcada por dificuldades de acesso, isolamento e falta de infraestrutura. O episódio ganhou repercussão poucos dias após outra denúncia que chocou a população: cadeirantes sendo carregados nos braços devido à ausência total de condições para locomoção. 

O problema, no entanto, não é novo e tampouco isolado. Estradas intrafegáveis, transporte escolar comprometido, dificuldade no escoamento da produção agrícola e no acesso aos serviços básicos de saúde fazem parte da rotina de quem vive distante do centro urbano de Paripiranga. 

A reportagem procurou ouvir moradores da região, que relatam que a situação se repete há anos, sempre com as mesmas promessas de soluções por parte do poder público municipal. “Quando chega o período de chuvas, já sabemos que ficamos ilhados. Prometem patrol, cascalho, melhorias, mas nunca passa disso. É promessa e foto na internet”, desabafa um morador da comunidade. 

Enquanto isso, profissionais da saúde — que, diferentemente de muitos gestores, não usam as condições como desculpa — seguem trabalhando como podem, superando não só os desafios da profissão, mas também o abandono das autoridades. 

O cenário vivido pela agente comunitária de saúde reflete a dura realidade de quem mora na zona rural de Paripiranga: um município onde, em pleno 2025, o jegue ainda é mais eficiente que as promessas da gestão pública.

A redação do portal Rodrygo Ferraz entrou em contato tanto com a Prefeitura quanto diretamente com o prefeito, enviando questionamentos através dos perfis oficiais no Instagram. No entanto, até o momento, nenhuma resposta ou esclarecimento sobre o caso foi fornecido.

Por Erica Anjos

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