Neste sábado (20), às 14h, o governador Jerônimo Rodrigues estará em Adustina. Mas não espere nada de concreto: ele não vem para asfaltar a BA-084 (Adustina/Sítio do Quinto), obra vital de 27 km do zero que a população espera há décadas. Vem apenas para repetir a velha encenação: prometer, posar para fotos, inaugurar obras herdadas da gestão anterior e, claro, buscar votos.
Em dois anos de governo, o que Jerônimo entregou ao município? 100 metros de calçamento na lateral do Colégio Castro Alves. Isso mesmo: apenas 100 metros, usados como vitrine política, enquanto a BA-084 segue no cascalho, sufocando agricultores, motoristas e famílias inteiras.
Promessas em troca de votos
O roteiro é conhecido: o governador aparece cercado de aliados, anuncia que o prefeito e a Câmara “solicitarão o asfalto”, promete que “vai sair”, e transforma a necessidade do povo em palanque eleitoral. Mas a realidade é outra: não há tempo para projeto, licitação e execução até a eleição. Ou seja, a promessa é só moeda de troca — voto agora, esquecimento depois.
E o povo de Adustina sabe: a recuperação da BA-220 foi prometida por Rui Costa, renovada por Jerônimo, e até hoje não passou de discurso. O risco é que a BA-084 vire mais uma estrada do papel, usada como cabide eleitoral.
Condutas que reforçam a desconfiança
A desconfiança não vem do nada. O próprio histórico de Jerônimo Rodrigues ajuda a explicar o descrédito:
Alta rejeição popular: 51,6% dos baianos desaprovam sua gestão, reflexo de promessas não cumpridas e problemas de administração.
Declarações agressivas: chegou a sugerir que eleitores de Bolsonaro “fossem para a vala” com retroescavadeira, episódio que gerou pedido de impeachment.
Insegurança em alta: sua gestão é criticada pela falta de controle da violência na capital e no interior, com episódios constantes de tiroteios e mortes.
Obras atrasadas e mal geridas: a nova Rodoviária de Salvador acumula irregularidades e atrasos, sob denúncia no Tribunal de Contas.
Promessas eternas: a ponte Salvador-Itaparica segue como um dos maiores símbolos do “promete e não faz”.
Foco no palanque: críticos apontam que Jerônimo dedica mais energia à articulação política e propaganda do que a gerir de fato a Bahia.
>Siga RODRYGO FERRAZ no Instagram, Youtube e pelo Facebook
Adustina já conhece o enredo
Neste sábado, Jerônimo posa em Adustina como se fosse o governador que traz desenvolvimento. Mas a população conhece bem o roteiro: onde ele passa, promete em troca de voto, inaugura obras herdadas, inventa discursos ensaiados e segue adiante sem entregar nada de concreto.
O município não precisa de mais fotos, discursos ou promessas vazias. Precisa de estrada, desenvolvimento e respeito. A visita de Jerônimo, ao que tudo indica, não trará nenhum desses três.