O Conselho Regional de Medicina do Amapá (CRM/AP) identificou nesta semana mais um falso médico tentando atuar no estado. Através de determinações judiciais, desde 2020 o Conselho está com prazo de 10 dias para inscrever médicos que se formaram no exterior, sem necessidade de realização do revalida, nos quadros da instituição.
“Existe uma legislação, tanto pela Constituição Federal quanto pelo Conselho Federal de Medicina, que fala sobre a necessidade do revalida para profissionais formados no exterior. O exame é fundamental para saber se o profissional é capaz de atuar. A justificativa para não ter revalida agora e fazer essas inscrições judicialmente é por causa da pandemia. Mas estamos em uma boa fase, tanto que o HU foi fechado e essa justificativa cai por terra”, defendeu Eduardo Monteiro, presidente do CRM/AP.
Segundo o presidente, somente em 2021 é a segunda vez que uma pessoa sem formação em Medicina solicita inscrição para atuar no Amapá. Em julho deste ano, a Polícia Civil prendeu em flagrante Gideão Vanderle da Rocha, que iniciou o curso de Medicina, na Bolívia, mas não terminou, e com um diploma comprado na internet por R$ 60 conseguiu se inscrever via determinação judicial no CRM/AP.
“No primeiro caso, o falso médico chegou a iniciar, mas, não terminou o curso de Medicina na Bolívia, e com diploma falso conseguiu, via liminar judicial, fazer a inscrição aqui. Só que todos os CRMs têm o cuidado de checar com as universidades a veracidade dos documentos, assim confirmamos ou não a graduação. E agora, no segundo caso, o falso médico nunca chegou a cursar Medicina na Universidade que disse, na Bolívia. Confirmamos através de e-mail com a instituição”, explicou.
O segundo falso médico é um homem, de 36 anos, natural de Xinguara (PA), e com o diploma falso conseguiu se inscrever no programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, sendo lotado no município de Jeremoabo (BA).
Após confirmar com a Universidade de Aquino Bolívia (UDABOL) que o inscrito não cursou Medicina, o CRM do Amapá acionou o Conselho da Bahia e o Ministério da Saúde para que retirem o falso médico dos quadros do programa federal.
“É feito um agravo dessa situação pelo setor jurídico do CRM. Nós já derrubamos mais de 450 inscrições provisórias feitas por determinação judicial, e esse caso será mais um. O juiz já foi comunicado sobre essa situação, para que seja cancelada essa inscrição. Informaremos a todos os Conselhos do Brasil e também às Polícias Civil e Federal, pois não deixa de ser um crime”, finalizou o presidente.
Neste caso, o falso médico não chegou a ser preso em flagrante, porque deu entrada na documentação e foi inscrito, mas não chegou a ir à sede do CRM do Amapá para retirar a carteira profissional.
Jeremoabo.com.br