Sertanejos pagam R$ 7,5 mil a cada 1 milhão de visualizações no site. A coluna descobriu um surpreendente esquema de fraudes para alava...
Sertanejos
pagam R$ 7,5 mil a cada 1 milhão de visualizações no site. A coluna
descobriu um surpreendente esquema de fraudes para alavancar o número de
visualizações de vídeos de artistas no YouTube e “criar” hits na
internet. O especialista na fraude, que se identificou como Magalhães,
ofereceu seus serviços por telefone sem saber que do outro lado da linha
estava este colunista que vos escreve e que se passou por assessor de
um artista. A conversa foi gravada e nela Magalhães revelou que os
maiores sucessos do mundo sertanejo no YouTube têm o seu dedo.
Ele
revelou que existe uma ferramenta automática para promover o aumento de
visualizações por meio de acessos em celulares, mas que o esquema deixa
evidente a fraude. “De 1 milhão de acessos, 950 mil são via mobile
(celular). Eu prefiro trabalhar com geração de acessos reais”, diz ele,
explicando, em seguida, que possui inúmeras contas em diversas redes
sociais e que essa é uma das maneiras de burlar a vigilância do YouTube.
“Consigo cliques indicados pelo Twitter, pelo UOL, pelo Facebook…”.
A
precaução se deve ao fato de o YouTube saber a origem de cada usuário
antes mesmo dele assistir a um vídeo. Se todos os usuários vêm de apenas
um canal ou plataforma (somente do Twitter ou do Facebook, por
exemplo), a fraude fica evidente. Magalhães cobra mais caro que o
sistema automático, mas garante segurança. “O mobile cobra R$ 3 mil por 1
milhão de visualizações. Eu cobro R$ 7.500,00. Mas se o sistema deles
cai, eu cobro mais caro”.
Ao
perceber o interesse deste colunista na contratação do serviço,
Magalhães apresentou seus casos de sucesso. Citou Gusttavo Lima, Luan
Santana — “já fechei com o DVD dele que vai ser lançado” —, Munhoz &
Mariano e Gabriel Gava, da música ‘Fiorino’. Todos no gênero sertanejo.
Magalhães, porém, quer aumentar seu mercado. “Estou tentando falar com o
escritório do Naldo. Hoje, eu consigo ganhar o prêmio Multishow com
qualquer artista”, diz ele, referindo-se à categoria voto popular da
premiação.
A
coluna entrou em contato com a assessoria do YouTube no Brasil. A
empresa, que pertence ao Google, disse que leva a sério qualquer abuso
contra o seu sistema, como “a tentativa de inflar artificialmente o
número de visualizações de vídeos” e toma medidas que incluem a exclusão
de suas contas no YouTube. E continua: “O YouTube usa diversas
tecnologias desenvolvidas especialmente para prevenir o aumento
artificial de visualizações de vídeos por spambots, malware e qualquer
outro meio”. Tudo indica que não está dando certo…
O Dia