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‘Paripiranguense’ Ulisses Freitas, um exemplo de luta e superação

21 julho 2013

/ por Rodrygo Ferraz

Nada é impossível, basta querer! “Limitações todos nós temos, deficiência está em sua cabeça”

A palavra superação faz parte da vida de muitas pessoas, mas um atleta em especial é nosso verdadeiro herói, um exemplo de força e determinação, Ulisses Freitas, 33 anos, conhecido como “Gladiador”.

Ulisses Gladiador, apesar ter nascido na cidade sergipana de Lagarto, hoje já tem suas raízes fincadas no estado da Bahia, precisamente na cidade de Paripiranga, local em que vive e já se considera um filho de coração.

Ulisses Freitas ao lado do irmão que faleceu seis dias depois do acidente
Muitos atletas nascem com alguma dificuldade motora, as vezes essas deficiências são fruto de alguma fatalidade que o destino impôs para suas vidas, mas são estas dificuldades e exemplos de dedicação que servem de exemplo para muita gente.

Nunca diga que não sou capaz! Antes, depois e o agora! O futuro dependerá de nossas atitudes. “O que fazemos na vida, ecoa na eternidade”
Com o paratleta profissional Ulisses não é tão diferente. Um acidente no ano de 2008 acabou mudando totalmente a vida deste jovem ex-professor de capoeira e jogador de futebol. Após passar cerca de 1 ano em um hospital se recuperando dos problemas físicos que o deixaram em uma cadeira de rodas, hoje tem como sua principal meta, disputar as Paraolimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Há 2 anos Ulisses disputa profissionalmente o paraciclismo, uma modalidade que é uma variação do ciclismo profissional. Nas corridas que participou pelo nordeste, sempre esteve entre os primeiros colocados.

Este exemplo de superação, também divide seu tempo de paratleta profissional com a atividade de palestrante, falando sobre sua história, dando exemplos de determinação, mostrando a todos que precisam de uma palavra de incentivo, que o céu é o limite.

Confira abaixo o emocionante depoimento de Ulisses Freitas, a história de um verdadeiro campeão!
“Em 22 de agosto do ano de 2008, minha vida mudou completamente, ao ser atropelado por um bêbado que dirigia na contra mão, fui arremessado 40 metros, com várias fraturas, escoriações e uma lesão na medula cervical, passei vinte dois dias na UTI e onze meses dentro de um hospital, foram 10 cirurgias, sem contar as pequenas intervenções que fiz, além de adquirir uma osteomielite crônica no osso da coluna e trombose na perna direita, foram várias dores, dores insuportáveis, a morfina não fazia mais efeito, várias dúvidas de como seguiria minha vida, de como viver e se viveria.

Mas nada disso foi maior ou mais doloroso do que receber a noticia do falecimento do meu Irmão, Arquimedes, que vinha comigo, ele faleceu seis dias depois, antes de receber essa noticia, a pior de minha vida, eu ficava imaginando ele entrando na UTI para me visitar ou eu a ele, um dando força ao outro, mas até certo momento não sabia da gravidade do acontecido.

Passei por várias fases antes da reabilitação, por sorte, sou casado com a Mulher Maravilha, que ficou do meu lado sempre, bem como meus irmãos, pela insistência deles, passei rapidinho pelas piores fases que um deficiente físico pode passar, que são: depressão, suicídio e a não aceitação da cadeira de rodas. Graças a eles e a todos os amigos, conseguir vencer várias barreiras, todos me ensinaram a levantar, a levantar e levantar, é fácil cair, o difícil é levantar e não desistir, depois de tantos anos, lembro-me do meu irmão dizendo que eu conseguiria, conseguiria passar da cama para cadeira de rodas, coisa tão simples, mas que naquele momento era uma prova paraolímpica para mim.

Podia ter desistido fácil de minha vida, mas inicialmente decidi VIVER, pensando em meu Filho, na família, nos amigos que acreditaram e principalmente em meu irmão Arquimedes. Tinha que viver por Ele, tinha que viver para duas pessoas, a minha vida e a Dele, esse foi o recado que Ele me deixou, demorei quase dois anos para entender. Mas enfim! Não Desisti! E só estou no inicio, conquistei muito, mudei muito, sou melhor do que antes quando não tinha a deficiência física, sou outra pessoa, ainda um pouco arrogante e teimoso, mas tentando mudar para melhor, vou correr atrás de tudo que quero, vou brigar por tudo, não desistirei de nada.

Saí do hospital pesando 65 kg, dependendo de uma ou duas pessoas para tudo, tudo mesmo! Hoje sou totalmente independente, não preciso de ajuda, hoje ofereço ajuda (risos).

Se eu consegui, porque você não consegue? Esse é meu recado para quem pensa que tem algum problema, porque DEUS nos dá o peso da cruz que podemos carregar.

O ESPORTE, a atividade física tem uma grande parcela de ajuda, com o esporte conheci outras pessoas, outros mundos, além de diminuir para quase zero todos os remédios que eu tomava. A prática esportiva me fez deixar de ir ao médico, PENSE NISSO!
Vivo intensamente, não deixo para amanhã o que posso fazer hoje. Lute! Valeu meus amigos!

“O que fazemos na vida, ecoa na eternidade”
Gladiador
(Reportagem: Elton Pinho / Adustina.Net / Colaboração: Karla Santana)
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