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Em júri popular, Diógenes Almeida é absolvido das acusações de envolvimento no assassinato do radialista Claudio Rotay


Depois de quase 20 anos denunciado num crime que ele jamais cometeu ou no qual teve participação alguma de mando, o empresário e ex-prefeito de Tobias Barreto, Diógenes Almeida, 67 anos, foi inocentado nesta terça-feira, 2 de agosto, de qualquer culpa no assassinato do radialista Cláudio Rotay ocorrido no dia 17 de junho de 2002.

O júri popular que liberou o ex-prefeito Diógenes Almeida da condenação teve um resultado de sete votos a zero. Diógenes passou quase 20 anos carregando a esperança de que provaria a inocência dele nesse caso, e sempre reclamou da falta de lógica na denúncia envolvendo a sua pessoa.

“Quem não deve não teme e, graças a Deus e a uma boa condução final da justiça, hoje ficou comprovado que de fato nunca tive qualquer culpa por aquele fatídico ocorrido”, disse Diógenes à Coluna Aparte logo após o encerramento do júri, depois das 20h. O julgamento começou no meio da manhã desta terça.

“Sou agradecido por demais ao bom Deus por esta decisão, sou grato à minha família que esteve sempre ao meu lado e às milhares pessoas sergipanas de bom coração que sempre estiveram confiantes em mim e na minha inocência durante esta longa espera. Sergipe me conhece e sempre soube que não compactuo com qualquer tipo de violência, quanto mais com a do tipo de que fui acusado”, disse Diógenes.

Diógenes Almeida contou com o depoimento de uma testemunha muito importante: a ex-juíza de Tobias Barreto e desembargadora sergipana aposentada Maria Angélica França e Souza. Antônio Carlos Nascimento foi o promotor do Ministério Público a atuar no caso.

ENTENDA O CASO - Cláudio Rotay, conhecido radialista de Tobias Barreto e de todo o centro-sul de Sergipe, foi assassinado aos 33 anos juntamente com seu segurança e motorista Cosme José dos Santos, apelidado de Brôco.

No começo do ano de 2002, o jornalista titular desta Coluna Aparte fez, em Acajutiba, Bahia, uma entrevista forte com o pistoleiro Téo do Tanque Novo - Tanque Novo é um povoado de Riachão do Dantas a caminho de Tobias -, foragido de uma prisão em Sergipe. Na entrevista, ele acusava frontalmente Cláudio Rotay de ter lhe contratado anos antes para assassinar o ex-prefeito Diógenes Almeida.

Segundo Téo, Rotay lhe pagaria R$ 12 mil pelo crime de encomenda. O pistoleiro chegou a ir na fazenda da vítima, mas o assassinato foi abortado porque o criminoso foi avistado por Dona Nanzinha Almeida, mãe de Diógenes, que o reconheceu e o recebeu com distinção afetiva.

Mulher de ação caridosa em Tobias Barreto, Dona Nanzinha havia feito muitos favores de amparo à família de Téo quando ele ainda era uma criança. Téo disse que ao vê-la e ao ser indagado por Dona Nanzinha do porquê de estar ali, desconversou, alegou um motivo fútil e não cumpriu a suposta encomenda feita por Rotay.

Mais tarde o pistoleiro narraria esses fatos ao próprio Diógenes e confirmaria tudo na entrevista que foi concedida ao jornalista Jozailto Lima e publicada num ex-semanário aracajuano do qual ele era diretor de Jornalismo.

Cerca de dois meses depois dessa entrevista, Téo e um companheiro de fuga dele foram assassinados em Acajutiba. Outros dois meses mais, mataram Rotay e Brôco em Tobias Barreto. Outras pessoas do entorno desses crimes foram assassinadas.

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Todos os indicativos possíveis apontavam para crimes de vingança - a turma de Rotay teria matado o pistoleiro em virtude das denúncias dele, e os sobreviventes da parte de Téo teriam se vingado, matando Rotay e Brôco.

Mas numa conclusão inversa e apressada, o inquérito da polícia viu indício de que o assassinato de Rotay havia sido uma orquestração de Diógenes e mandou para o Ministério Público de Sergipe o inquérito com esse foco, e o MP denunciou Diógenes na Justiça. O júri deste 2 de agosto é uma consequência de tudo isso.

Diógenes festejou a absolvição. “O resultado não poderia ser outro diferentemente desse. Fui injustamente acusado e carreguei essa dolorida espera por quase 20 anos. Hoje deu o que tinha que ser”, disse Diógenes Almeida, sem disfarçar o alívio.

Foram advogados de defesa dele no tribunal do júri dois grandes profissionais do Direito em Sergipe - José Cláudio dos Santos e Evaldo Campos -, além de outros profissionais de Tobias Barreto e de Poço Verde, Vinicius Rodrigues e Milton Eduardo Santana, que agiram como assistentes.

José Cláudio e Evaldo acharam desde sempre que o resultado seria este dos sete a zero. “Não haveria como ser diferente”, disseram em uníssono os dois.

Com informações do Portal JL Política.


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