Bett
Sabah (PT), prefeita da cidade de Rondolândia, na divisa entre Mato
Grosso e Rondônia, está com a cabeça a prêmio por R$ 130 mil. Ela é
ameaçada de morte há pelo menos um ano por grupos do crime organizado
que agem no oeste brasileiro, uma das regiões mais violentas do País. A
prefeita petista, de 36 anos, está refugiada em Brasília há uma semana e
sob a proteção da Secretaria de Direitos Humanos. Levou consigo o
marido e os dois filhos, de cinco e dez anos.
Bett
disse ao jornal O Globo que um emissário fez chegar ao seu gabinete a
ameaça de que sua execução está encomendada e que moto e armas já foram
adquiridas para o serviço. Ela pediu reforço no policiamento do
município, que conta com três PMs e dois policiais civis. Bett relata
que o secretário de Segurança do Mato Grosso, Alexandre Bustamanti,
informou por telefone que não tinha policiais para dar segurança a ela.
Rondolândia
tem 4 mil habitantes e a delegacia de polícia mais próxima fica em
Juína, distante cerca de 550 quilômetros. As ameaças à prefeita, segundo
o jornal O Globo, começaram depois que ela se elegeu por uma vantagem
de três votos. Seus algozes, crê, seriam traficantes de drogas e
grileiros de terras.
Violenta,
a região já contabiliza vários assassinatos de políticos. A exemplo do
ex-presidente municipal do PT, Juarez de Azevedo Gomes, assassinado
quatro dias antes de sua eleição em outubro de 2012. Foram mortos
recentemente na cidade o ex-vereador Rubson de Carvalho, o Rubão, e o
líder religioso padre Ezequiel Ramin, que organizou um acampamento de
sem-terras no município.
A
prefeita denunciou as ameaças ao presidente nacional do PT, Rui Falcão,
que acionou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “Como não sou
autoridade federal, a Polícia Federal não pode me ajudar”, desabafou a
prefeita.
Brasil 247